domingo, 9 de setembro de 2012


Punk na Matriz

   Ter passado a semana inteira sonhando, a fim, do bofe que eu iria encontrar no dia do aniversário do amigo, não é nada; ter preparado o corpo e a casa caso recebesse visita, não é nada. Ter passado nas mãos do aniversariante um constrangimento, que é ao mesmo tempo uma daquelas situações freaks e estimulantes, pois não conseguia parar de me apresentar ao pessoal da festa como se eu fosse uma personagem, de livro meu, mas àquela altura eu poderia ter sido apresentada como a Lassie, que daria no mesmo, também não é nada. Ter visto o bofe, depois de intermináveis desejos, suspiros, emoções, batimento cardíacos e visões que se desmanchavam em frustrações, e tudo, e ouvir que sim, que ele tinha uma tal pessoa, não foi nada. Ter subido com ele as escadarias da André da Rocha - da cidade construída, a parte mais rock'n'roll e parisiense - e dado adeusinho no meio do caminho, e ido ao Odeon, não foi nada. Ter pela primeira vez na madrugada dado de cara com o Odeon fechado - é muito tarde, então! - quase não foi nada. E ido não sei porque até o extremo da Andrade Neves, em vez de dar meia volta, como pura necessidade de ver sair ainda algum coelho das pantufas do mágico, nada.
  Vendo todos aqueles negros que frequentam todos os bares da rua menos o Odeon, tenho sempre a sensação de que alguma coisa está errada. Pois como, no Harlem ou em New Orleans, isto poderia acontecer? Segui caminhando e ouvindo as conversas dos frequentadores desses bares, que se espraiavam pela rua, com o outro ouvido no mp3. Ia embora, quando resolvi voltar, e justamente tentar entender, ver, alguma personagem que fizesse sentido. Algumas moças meio que falavam alto, com um tom injuriado, coisas de sexo e drogas. Ou sexo e homens, o que dá no mesmo (e antes que alguém entenda, isso ainda vai me dar muitos inimigos). Enquanto olhava pra moça que discursava mais alto e pedia que ela repetisse, percebi que todos por ali tinham algo em comum: eram - homens e mulheres - de aspecto anabolizado. Elas, com enormes traseiros, e peitos, e coxas, e caras, e brabezas. E eis que a moça essa, atrevida e agressivamente, quase salta: Tá fazendo o quê aqui, "tia"?
   Nessas horas sempre fico quieta. Depois que a pessoa se acalma, digo, tipo: em busca de personagens interessantes. Tô escrevendo um roteiro ou fazendo um filme e quero conhecer essa parte da cidade. Na verdade, venho aqui no Odeon. Vocês não conhecem? É um bar de jazz...
  Tá fazendo o quê aqui,"tia"? - ela berra, dessa vez já quase prestes a me enfrentar, decerto.
  Dá vontade de dizer: procurando uma faxineira. Mas já vi que aqui só tem puta mesmo. E umas otárias aí sendo usadas pelos caras (que mais pareciam uns boiolas sertanejos) e se drogando feio pra simplesmente acabar com suas vidas. Ela apenas lê em meu olhar.
  Vejo que algumas de suas amigas a contém, enquanto fazem cara de I'm sorry. E eu aproveito para ir embora.
   Lá em cima, nunca havia subido para o centro tão tarde, em geral desço, um silêncio. Era véspera de sete de setembro, o dia da Pátria, e nada melhor para comemorar esta data do que sentar em frente ao Palácio do Governo e pensar um pouco na própria. Enquanto remexo bolsos para catar cigarro e isqueiro, entendo que há ali apenas um mendigo de longas barbas brancas sentado no banco à frente. Acho o cigarro e acendo. Uns pegas e percebo que estou quase prestes a desmaiar ou a sair do ar, uma sensação esquisita - seria um voodoo feito pelo mendigo que tem super poderes? - me faz correr dali. Volto a pegar a Duque e em direção à Cidade Baixa, deixando os negros e o jazz que eles não conhecem para trás.






















quarta-feira, 21 de abril de 2010

Leia a coluna da direita até o fim. Dê sua opinião no artigo BRIC.

sábado, 30 de janeiro de 2010

como fui levando, não sei lhe explicar
fui assim levando e ele a me levar...
e na sua meninice ele sempre me disse
que chegava lá

Olha aí, ele é o meu guri, olha aí...
Olha aí... é o meu guri!...
         

terça-feira, 26 de janeiro de 2010


Quando algum amigo antigo e desavisado me pergunta: e o Marcelo?... digo: "tá no puxadinho".

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Beleza! Marina Silva... bem vinda ao verde!!!!!!!!!
(não que lá no fundo não haja sempre uma desconfiançazinha com os políticos...)

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Templo é Dinheiro

Para quem ainda não viu, ao lado essa pérola do Edir Macedo.

terça-feira, 14 de julho de 2009


Projeto Ideiafix

Se vires alguém cortando uma árvore, liga pra SMAM: 3289 7541 ou 42. Em Porto Alegre. Se não estiveres aqui, descobre aí na tua cidade quem é a Cavalaria Verde.
A ganância - que será castigada na próxima encarnação - anda querendo comer todo o verde que encontra pela frente.
O Morro de Santa Teresa corre perigo! Attention!

E se quiseres dar uma força pros caras que estão dormindo na rua, na Voluntários da Praia 359, tem cobertor a 13 pila e pouco. Não tô ganhando comissão por conta dos miseráveis, óbvio.
Pros cachorros, pega a manga de um blusão velho e corta, não tem mistério. Caixa de papelão enrolada com plástico também quebra o galho pra uma casinha pros bichos.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Quando aquele homem tão bonito, que eu já tava observando há um bom tempo na pista de dança, passou, indo embora, acompanhado daquela meia dúzia de loiras, eu falei: quando tu te cansar de brincar de Barbie e estiver a fim de uma mulher de verdade, me procura...
E de repente, rolou um beijo. Sua mão na minha cintura, e nos apertamos um contra o outro, tesão desatada. Nada como um beijo de um desconhecido no escuro de um bar. Fugaz como salário, puro rock'n'roll.
And... I like it.

terça-feira, 7 de julho de 2009

My boys...

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Bric-a-brac
This article is about items of low value. For British television programme, see Bric-a-brac (tv show).


Bric-a-brac for sale at an antique shop in Kabul.
The term bric-à-brac (origin French) [1] was first used in the Victorian era.
It referred then to collections of curios such as elaborately decorated teacups and small vases, feathers, wax flowers under glass domes, eggshells, statuettes, painted miniatures or photographs, and so on. Bric-à-brac was used as ornament on mantelpieces, tables, and shelves, or displayed in curio cabinets. Sometimes these cabinets had glass doors, to display the items within while protecting them from dust.
Bric-à-brac nowadays refers to a selection of items of low value, often sold in street markets.

BRIC... a brac

Desde o momento em que fiquei sabendo do tal BRIC – essa união comercial entre Brasil, Rússia, Índia e China –, logo me veio à mente aquela coisa louca que foi o pega pra capar na ditadura militar, com as pessoas tendo que confessar possíveis contatos com russos e chineses. Com a Índia não, essa só como novela, e bem depois. E estendo o meu assombro aos milhares de chineses que sofreram o diabo em quinhentas mil revoluções culturais e o escambau, antes de verem o primeiro outdoor da Coca-Cola. Sem contar os russos, claro.
Com os americanos, também é engraçado o que aconteceu agora, com o Obama estatizando empresas e bancos.
E o que dizer de todos que sifu na Guerra Fria?
O que me leva a conjeturar se, de fato: 1) quem está no governo (em qualquer um) sabe mesmo o quê está fazendo? 2) se não teria sido melhor as vanguardas, por mais bem intencionadas que fossem, sejam, deixar as coisas acontecerem?
Porque afinal, tudo sai e-xa-ta-men-te... ao contrário do que se esperava! Ou, se as mudanças são feitas tipo assim na marra, ou de cima pra baixo, parece que tem um elástico que acaba por levá-las de volta quase que ao mesmo ponto de onde saíram.
O que não acontece com as transformações coletivas. Com aquelas que, parece, nascem naquele território chamado justamente de Inconsciente Coletivo, como o comportamento da juventude nos anos sessenta, as conquistas das mulheres, e as dos gays. Sim, mas houve enfrentamento, dirão. Sem dúvida. Mas penso que quando as mudanças nascem dentro de muitos indivíduos ao mesmo tempo, elas acontecem como avalanche. Por mais que alguém seja contra, fica sem força.
Como naquelas marchas militares em que o líder tem que fazer o grupo seguir o ritmo do mais fraco ou mais lento, sob pena de não ter uma dimensão real do potencial de suas forças.
A quantidade de gente que partiu antes do tempo, por medir força ideológica e romântica com força bruta, e bota bruta nisso...
Sem contar que, se verdadeiros empreendedores capitalistas estivessem à frente do Exército americano no tempo do Custer, certamente não iriam acabar com aquele mercado tão promissor... dos índios. Imagine o que não venderiam de tênis, xis e tv a cabo?
Essas coisas vagueiam na minha mente pois acredito que cada um de nós tenha muito mais poder do que possa supor. Quando alguém te diz aquela frase tão encorajadora - como um soco em teus ideais - “mas tu achas que sozinho vais mudar o mundo?”, não tens nem que te cansar em responder. E, sim, continuar acreditando exatamente no que acreditas e vivendo de acordo com essas crenças.
Pois lá longe, na Rússia, na China, na Índia, no Irã, em Gana, no Suriname, aqui no Menino Deus, e em qualquer lugar, sempre tem alguém pensando, e no seu pensamento fazendo a vida evoluir.
Na arte, isso é muito comum. Por diversas vezes aconteceu de eu apresentar um Ballet, uma nova idéia coreográfica, muito semelhante ao que outro colega estava também por levar à cena. Nas Escolas de Samba, nas coleções de moda, no cinema, na música, isso acontece direto.
E acho que o legal disso é que, desse modo, a gente apenas segue o baile, sem levantar forças iguais e contrárias que nos farão perder um tempo enorme no retrocesso.


No sudoeste da Ásia, foi observado um fenômeno em conexão com os macacos. Durante séculos, os macacos desenterravam batatas para comer e as levavam à boca sem lavar. De repente, um macaco levou sua batata à beira do rio e a lavou, antes de comê-la. Eventualmente, todos os macacos o imitaram e começaram a lavar suas batatas. Não demorou muito, em uma ilha do Pacífico Sul, a milhares de quilômetros de distância, os macacos começaram a lavar suas batatas. Isto foi denominado a Centésima Teoria do Macaco.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Desde quando mudamos a nossa percepção mais verdadeira e a nossa mais honesta opinião para manter a roda de nosso clube, ideologia, religião, ou seja lá o que for, funcionando?...